19 JULHO 2010
O livro "Enquanto Houver Neve" remete (e muitas vezes contém) resquícios do fluxo de consciência, mas inicialmente de uma forma mais estruturada quanto à narração e espaço-tempo. O que fica claro no enredo do livro é o constante desbravamento do interior da personagem principal, Emily.
Ao longo da história nós acompanhamos toda a história de vida de Emily e como ela lida com o mundo ao seu redor. Todos seus medos, pensamentos e sentimentos são narrados em terceira pessoa por um ser onisciente, ou seja, que sabe todas as condições emocionais no mundo interno da senhora Flourberry. Tanto a relação e aceitação de si própria perante ela mesma, como sua existência perante o mundo e os outros humanos.
O livro também aborta em muitos pontos a observação da vivência do cotidiano de uma terceira pessoa, imaginando ou tentando entender a vida alheia, dos milhares de desconhecidos com quem cruzamos em nosso dia-a-dia, os quais muitas vezes não voltamos a ver. É uma 'encarnação' do leitor e um processo de visão a partir dos olhos dos outros; o entendimento de como o mundo pode ser vários lugares ao mesmo tempo, se visto por olhos diferentes.
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